"Não era amor, repito para mim mesma na tentativa insana de me fazer acreditar. Mas se não era amor, então o que era? Eram mãos dadas, carícias discretas e uma perna sobre a outra por baixo da mesa. Era o melhor cafuné do mundo, olhares que sempre eram carregados de intensidade e significado e sorrisos por motivos bobos. Hoje é saudade. Saudade das brincadeiras. Saudades da voz assanhada quando me ligava à noite para me provocar e da voz de sono quando me ligava de manhã para me acordar. É saudade de te sentir comigo, tua boca na minha, teu corpo no meu. Era coração pulsando forte ao receber um beijo roubado e era a pele arrepiada depois de uma mordida no ombro. Era desejo, não só carnal porque sempre fomos além disso. Era admiração, companheirismo e cumplicidade no olhar. Eram dias de sol, até mesmo quando caia uma baita de chuva. Era tempestade em copo de água e dramas além da conta. Era a capacidade de superar os problemas e o desejo de fazer tudo dar certo. Sussurros ao pé do ouvido, declarações às três da manhã e planos de casamento. Era a teimosia de dizer "sei que não será para sempre" mas esperar exactamente por isso. Era saudade cinco minutos depois da despedida e a vontade de gritar ao mundo o quão grande era aquele amor pois de tão grande ele já havia ocupado o espaço todo do teu corpo...Ups, disse amor? Pois é. Amor. Era mesmo amor. É amor. Afinal como posso explicar o suor nas minhas mãos sempre que fico ansiosa de mais para te ver e o coração acelerado quando finalmente meus olhos te encontram? Hoje não espero mais nada de ti, e já estou acostumada a não te ter, mas vou ser mentirosa se disser que não tenho esperanças que no futuro talvez nos reencontremos e que nesse dia a tua entrega seja completa assim como sempre foi a minha."
Malena Stewart

4 comentários:

«Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente!»

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