A(guarda-me) pai

Saudade. Existe para quem um dia soube ter, soube amar e cuidar. Há meses que não te vejo, mas imagino cada uma das tuas expressões. Lembro de cada palavra tua de força e de saudade. Saudade que hoje persiste em mim. Que não me abandona. Não adianta questionar o inquestionável, Partiste de corpo da minha vida, mas a tua alma continua junto da minha, PAI. Nunca te disse, não que não houvesse oportunidade, mas tu és o Homem mais importante da minha vida, e sempre o serás, porque não existe Homem nenhum no mundo que se preocupe comigo como tu te preocupavas, que me ame como tu me amavas, que tenha paciência como a que tu tinhas comigo, que me abrace como tu me abraçavas. Sinto tanto a falta de cada gesto teu. Imagino muitas vezes o teu jeitinho de andar, aquele teu sorriso tão característico. Quero muito presenciar a mais um sorriso teu, e sentir os teus passos na minha direcção. Ouvir da tua boca que onde quer que estejas estás bem e a olhar por mim, pela mãe e a mana. Saber que nunca nos vais abandonar e que serás a primeira pessoa a receber a primeira que de nós partir para junto de ti. Sei que não gostas que diga isto, mas eu gostaria de ser a primeira a partir para puder-me encaixar nos teus braços e sentir novamente o teu calor, o teu amor e carinho. Pai, diz-me, alguma vez eu soube cuidar de ti como tu soubeste cuidar de mim? Alguma vez sentiste o amor que sinto por ti? Ás vezes acho que não o soube fazer. Não o suficiente. Aguarda-me, não te canses de esperar. Um dia, pai, estarei de novo nos teus braços com um forte sorriso nos lábios e dir-te-ei o que sempre quiseste ouvir. O que sempre quiseste sentir. Aguarda pai. Vais ver que o tempo voa das minhas mãos.

1 comentário:

«Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente!»

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